sábado, 23 de março de 2013
Aí você me aparece assim, como quem não quer nada, fazendo uma pergunta banal por sms. A tela do meu celular acende, eu mal posso acreditar que é você: você tentando puxar assunto, você querendo tornar o seu dia pelo menos um pouquinho meu. Ou nossa, mas enfim.
O problema é que eu sinto todas "aquelas coisas" que eu não deviera sentir, não agora. Assim acabo atropelando tudo, você deveria saber. Deveria saber que eu não sei lidar com as coisas direito. E que sou meio viciado em fazer da vida uma história escrita, então eu vou escrever sobre você : e esse é o maior perigo. Droga, viu. E, mesmo com todos esses poréns, eu vou te procurar. Vou querer saber de você. E se você corresponder, ah... aí a gente deixa o tempo contar qual é a solução.
Talvez a gente saiba.
"Poderíamos casar,
teríamos um apartamento, tomaríamos café às cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos
a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o
armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos
na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e
chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria
no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem
motivo e você perguntaria por que, eu não responderia, saberíamos."
Anedota búlgara
"Era uma vez um czar
naturalista
que caçava homens.
Quando lhe disseram que também se caçam borboletas e andorinhas,
Ficou muito espantado
e achou uma barbaridade."
que caçava homens.
Quando lhe disseram que também se caçam borboletas e andorinhas,
Ficou muito espantado
e achou uma barbaridade."
Carlos Drummond de Andrade
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