terça-feira, 30 de novembro de 2010

Se a história é de amor não pode acabar mal.


"(...)Aconselho a quem não tem tempo: apaixone-se. Perca a cabeça na guilhotina. Entregue seus pés para a espuma. Permita a cintura subir como um chafariz. Não pense que vai dar errado. O que pode dar errado já aconteceu antes. Dentro do tempo."

Fabrício Carpinejar


48 min. do segundo tempo: 2010.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Ninety miles outside Chicago. Can't stop driving, I don't know why. So many questions, I need an answer. Two years later you're still on my mind. Whatever happened to Amelia Earhart? Who holds the stars up in the sky? Is true love just once in a lifetime? Did the captain of the Titanic cry?
 
Someday We'll Know, why Samson loved Delilah. One Day I'll go, dancin on the moon. Someday you'll know that I was the one for you.

I bought a ticket to the end of the rainbow. I watch the stars crash into the sea. If I could ask God just one question...Why aren't you here with me tonight?
Someday We'll Know – Switchfoot

PS. Não gosto muito de postar trechos em inglês, mas a letra dessa música é uma das mais bonitas que conheço. Por isso, acho que vale a pena. 

Vezenquando baixa uma saudade, quase sempre clara como tem sido o ar verde-azulado deste verão.


"(...) Amanhã, depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuamos vivos e atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda quem sabe mais celestial que desta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar. Se tiver aprendido lições (amor é pedagógico?), até aproveito e não faço tanta besteira. Mas acho que amor não é cursinho pré-vestibular."

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Simplesmente, você virou saudade.


E eis que depois de uma tarde de "quem sou eu" e de acordar à uma hora da madrugada em desespero. Eis que às três horas da madrugada acordei e me encontrei.
Fui ao encontro de mim. Calma, alegre, plenitude sem fulminação.
Simplesmente, eu sou eu, você é você.É livre, é vasto, vai durar.
Eu não sei muito bem o que vou fazer em seguida mas, por enquanto, olha pra mim, e me ama. Não: tu olhas pra ti e te amas. É o que está certo.
Clarice Lispector

More sex, more goodbye's
I love you and I won't let myself let you go
Some things last forever, why can't this last forever

(Yesterday Never Tomorrow - The Stills)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010


"E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo. No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. Você também tem cheiros. As pessoas têm cheiros, é natural. Os animais cheiram uns aos outros. No rabo. O que é que você queria? Rendas brancas imaculadas? Será que o amor não começa quando o nojo, higiene ou qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido? Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do outro, mas não dar importância a ela ou até gostar, sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o que chamam de amor. Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito fundo. Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro. Do teu próprio corpo que é igual, talvez tragicamente igual. O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a coragem da própria merda. E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo. Porque então você se ama também." 

Caio Fernando Abreu 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

"Fico pensando se essa coisa enorme que eu sinto está dentro de mim ou dentro do poço seco." (Hilda Hilst)


Adoro isso
as cigarras cantam
dia sim
dia não
o ócio fragmentado
os japoneses
Poemas em papéis rasgados
O medo do ridículo
que nem todos têm
dividir a vida com alguém
& ainda assim
imaginar coisas.

1986
-
and you turn over
to your left side
to get the sun
on your back
and out
of your eyes.

Charles Bukowski

sábado, 13 de novembro de 2010

"Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz."



Não foi à toa que Adélia Prado disse que "erótica é a alma". Enganam-se aqueles que pensam que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele. A erótica não caminha segundo as direções da carne. Ela vive nos interstícios das palavras. Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo, do qual não sai melodia alguma. Por isso, Nietzsche disse que só existe uma pergunta a ser feita quando se pretende casar: "continuarei a ter prazer em conversar com esta pessoa daqui a 30 anos?"

Rubem Alves

quarta-feira, 10 de novembro de 2010


"Vem cá, homem, repara se já viu o céu mais estrelado e mais bonito que este! Para isto vale nascer."

Adélia Prado

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

“O que a gente faz depois que é feliz?” Clarice Lispector



(Dizem que a Primavera chega trocando a roupa da paisagem). E no auge da sua descrença o dia amanheceu de novo. Quando não queria mais fugir de si mesma, foi surpreendida por uma voz de timbre limpo, olhos atenciosos e mãos que diziam coisas. Era alguém que tranqüilizava quando apenas sorria. Uma pessoa que trazia em si o amparo de tudo. Tinha o dom da conveniência e da clareza e pronunciava reciprocidade.

O fato resumindo é que o amor não era mais aquele estardalhaço. O amor era suave e tinha um jeito de penetrar sem invadir, de libertar no abraço. O amor não era mais aquela insônia, mas sonho bom na entrega ao desconhecido. O amor não era mais a iminência de um conflito, mas uma confiança na vida. E, pela primeira vez, o amor não carregava resquícios de abandono, pois havia descoberto: o amor estava ali porque ambos estavam prontos.
(O Tempo estava certo.)

Uma nova estação - Marla de Queiroz



Pois é, novembro.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

“Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: dar voltas.” José Saramago


- Vocês se amaram?
- Ela me amou. Foi a única criatura que...- Fez um gesto. – Enfim não tem importância.
Raquel tirou-lhe o cigarro, tragou e depois devolveu-o 
- Eu gostei de você, Ricardo.
- E eu te amei. E te amo ainda. Percebe agora a diferença?
Lygia Fagundes Telles
-
"Tenho a mão estendida para abrir a porta, chamar o elevador. Descer, partir, viver."

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Gente fina é que tinha que virar tendência.



Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera. O que mais se pode querer? Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa. Não veio ao mundo pra colocar areia no projeto dos outros. Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra. Gente fina é que tinha que virar tendência. Porque, colocando na balança, é quem faz a diferença. 


Martha Medeiros